domingo, 4 de julho de 2010

mapa afetivo - atropologia da memória

exposição Aluga-se - São Paulo



Obra: Mapa afetivo

Descrição da obra:
Processo 1: antropologia da memória – ( mapa afetivo)
Desenhos a caneta nanquim e lápis de cor sobre papel arroz, de um mapa da cidade da minha infância. Os primeiros desenhos são fragmentos da cidade que foi nascendo das lembranças parciais só depois consegui juntar e formar a cidade completa.

Processo 1: mapa afetivo - antropologia da memória
Queria lembrar a cidade da minha infância através de um desenho de um mapa. Por mais que minha formação como arquiteta tenha me ajudado, eu só consegui executar o desenho do mapa através de fragmentos da memória, lembranças do passado misturadas com lembranças de sonhos (presente) formando um mosaico parcial da cidade.
O que para mim é o reencontro, o reconhecimento, é ao mesmo tempo um paradoxo – a cidade é um complexo de vazios e cheios, lembranças e não lembranças, sons e silêncios e surge como um gracejo misturando o real e o irreal, a realidade e a imaginação, para no final criar uma cidade autêntica.

O início de todo o processo foi a lembrança de três elementos que me marcaram profundamente e que sonho até hoje: o Rio, a Casa azul e a Árvore.
A Casa, como diz Gastón Bachelard: “Vive a casa em sua realidade e em sua virtualidade, através do pensamento e dos sonhos”. A Árvore que existia na casa, uma acácia amarela que se tornou um personagem para a cidade e minha família, é a raiz, a memória. E o terceiro elemento, o Rio, que eu vejo como a passagem do tempo, o caminho a percorrer. O desenho iniciou fragmentário como as lembranças são, em folhas distintas e só no final eu consegui juntar como um mosaico e formar o mapa.

A idéia é o senso comum universalmente compartilhado, pois a cidade conserva o essencial, o modelo, a repetição não só como objeto cidade, mas também como valores. Ela pode passar por várias interpretações, quando o outro que a vê se identifica com ela através de outras faculdades e de outros valores morais e estéticos. Não importa minhas lembranças pessoais, mas a memória compartilhada e mutável.

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